“Resolvemos quebrar o paradigma da terceira idade, de vida monótona e sem emoção, à qual fomos nos acomodando sem perceber”, diz o uruguaio Serafín Layola, 71, referindo-se a ele e a sua mulher, Shirley Bosc, 70. A frase é quase um eufemismo, dada a maneira que o casal encontrou para “quebrar o paradigma”: eles partiram de Pinheiro, Maranhão, no dia 1º de junho para dar a volta ao mundo a bordo de uma “motinho” de 160 cilindradas. Levaram R$ 1.400 no bolso e zero experiência em motociclismo. “Somos ciganos. Por isso a aventura faz sentido para nós”, afirma Serafín. Engenheiro agrônomo formado na Marinha uruguaia, onde ficou durante 13 anos, ele está no Brasil desde 1977, quando se casou com Shirley –ambos são da capital do país vizinho, Montevidéu. Moraram em São Paulo, Rio, Fortaleza e em Linhares (ES), onde se formaram em turismo e hotelaria, em 2001. Isso os levou a trabalhar no polo ecoturístico do delta do Parnaíba, no Maranhão. Tiveram pousada, restaurante e viveram