A gasolina e o diesel ficarão mais caros nos próximos meses em razão da defasagem de preços e do reajuste do ICMS, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços. Os reajustes devem pressionar a inflação, principalmente a de alimentos, trazendo mais dor de cabeça ao governo Lula (PT), que tenta conter a subida de preços.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, avisou Lula na segunda-feira (27) que o preço do diesel vai subir. O reajuste se deve à defasagem dos preços do combustível cobrados no Brasil e praticados no exterior. Enquanto o preço do diesel está defasado entre 14% e 17%, essa diferença é de 7% para a gasolina, segundo estimativa da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).
O diesel sofrerá dois reajustes, e a gasolina e o álcool, apenas um. Como a defasagem do diesel é maior, o combustível sofrerá o aumento que a presidente da Petrobras informou a Lula —ainda indefinido— mais o reajuste do ICMS, previsto para 1º de fevereiro. Já a gasolina e álcool serão reajustados apenas pelo percentual do ICMS.
O imposto sofrerá aumento de R$ 0,10 por litro da gasolina e do etanol, e R$ 0,06 por litro do diesel e biodiesel. A medida —aprovada em outubro do ano passado— eleva o ICMS da gasolina para R$ 1,47 e o do diesel para R$ 1,12.
Já o percentual de aumento para abater a defasagem do diesel ainda é incerto. O novo índice vem sendo calculado pela equipe técnica da Petrobras, segundo disse Chambriard a Lula, revelou reportagem da Folha de S.Paulo. “Creio que o reajuste para compensar a defasagem ficará entre R$ 0,20 e R$ 0,25 por litro do combustível”, estima Alexandre Espirito Santo, economista da Way Investimentos e coordenador de Economia e Finanças da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
Pela primeira vez em 13 anos a petroleira fechou um ano inteiro —2024— sem reajustar o diesel. Diante do temor de que o governo intervenha artificialmente nos preços da estatal, investidores pressionam a Petrobras pelo reajuste. “A ex-presidente Dilma [Rousseff (PT)] tentou segurar a inflação evitando reajustes nos combustíveis e quase quebrou a Petrobras”, diz José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo).
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