Pular para o conteúdo principal

Por unanimidade, STF decide que repetidas ações contra jornalistas configuram assédio judicial

 STF decidiu que assédio judicial contra jornalistas é inconstitucional. Prática consiste na abertura de diversos processos para tentar censurar e perseguir o jornalista.

Decisão foi unanime; ministros definiram que jornais ou impressa poderá ser responsabilizado ‘em caso inequívoco de dolo ou culpa grave’

Decisão foi unanime; ministros definiram que jornais ou impressa poderá ser responsabilizado ‘em caso inequívoco de dolo ou culpa grave’.

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (22), por maioria, que assédio judicial contra jornalistas não encontra respaldo na Constituição. A prática consiste na abertura de diversos processos para tentar censurar e perseguir o profissional de imprensa. A Corte julgou duas ações apresentadas pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

Presidente do STF, o ministro Luís Roberto Barroso lembrou em plenário que existem casos em que a imprensa comete erros graves, como o da Escola Base de São Paulo — em 1994, reportagens com apuração falha acusaram professores e donos da instituição de cometerem abuso sexual contra crianças. O magistrado defendeu que a Justiça deverá atuar nesses episódios, quando ocorrer “culpa grave”, não podendo banalizar o uso do Poder Judiciário para provocar censura de jornalistas.

O ministro Flávio Dino divergiu do entendimento. Afirmou que não se poderia criar uma classe com direitos resguardados de maneira mais efetiva que as demais. “Por que a responsabilidade civil do jornalista é diferente da do professor?”, questionou. “Porque estamos julgando à luz da Constituição, e não o contrário”, rebateu o ministro Edson Fachin.

– Liberdade

Por sua vez, a ministra Cármen Lúcia destacou que o trabalho da imprensa é protegido pela Constituição e que na democracia a Justiça não pode ser usada para tentar impedir a atividade jornalística. “Há novas formas de censura. Estamos falando de liberdade, e esse tipo de julgamento que aqui se faz é o que está na pauta. Jornalistas são perseguidos por cumprir suas funções, função essa importantíssima para a prática da democracia”, frisou.

A magistrada ressaltou que a liberdade de expressão deve ser protegida mesmo que exercida pelas redes sociais e apresente conteúdo crítico. “A falta de respeito, do mínimo de humanidade na época de falar contra mim nunca respeitou os umbrais da porta de casa. Não é por isso que fico contra a liberdade de imprensa, seja qualquer a rotulação, mesmo nas redes sociais. Continuo dizendo que é melhor viver isso com liberdade do que se vivia na década de 70”, sustentou.

O advogado da ABI, Cláudio Pereira de Souza Neto, comemorou a decisão e apontou que houve um avanço para proteger a liberdade de imprensa. “A Corte decidiu que, para que um jornalista seja responsabilizado civilmente, não basta que a informação divulgada seja falsa. É necessário que se comprove que o jornalista agiu, de modo inequívoco, com dolo ou culpa grave. A decisão se inspira na jurisprudência da suprema corte norte-americana, estabelecida para evitar que a responsabilização civil de jornalistas produzisse um efeito resfriador do debate público”, disse.

Bruno Moura, advogado e pesquisador Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), também concorda com o avanço em relação ao tema. Mas no entendimento dele, a tese do julgamento deixou espaço para que algumas situações continuem ocorrendo. Ele acredita que o tema deve voltar a ser debatido no futuro. “A decisão vem em boa hora e mostra que o Supremo se preocupa com a proteção da liberdade de imprensa e de expressão. Porém, o assédio judicial não se resume ao ajuizamento de um número elevado de ações. Ele é mais complexo e, provavelmente, em um futuro próximo, a Corte voltará a enfrentar essa temática para aperfeiçoar os instrumentos jurídicos contra os ilícitos de ações judiciais para cercear o jornalismo”, destacou. (blog do Domingos Costa)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Molequinhos e molequinhas

  Os tempos mudam o sentido até das nossas próprias lembranças divertidas quando, molequinhos e molequinhas, fazíamos – claro – molecagens, traquinagens, algumas inocentes e até outras nem tanto, admitamos, só que sempre ainda com aquele espírito infantil. Eram coisas de criança, perdoáveis, às vezes valendo um castigo, uma sova, um sabão. Ou uma suspensão na caderneta que precisava ser mostrada aos pais e voltar, assinada. Meu irmão outro dia me chamou a atenção de que anda percebendo que tem muita gente aí pela rua fazendo pequenas molecagens, gente grande, ou maiorzinha. Às vezes em grupos de dois, três; outras, mesmo sozinhos. Tipo apontar o céu como se ali estivesse acontecendo algo, e fazendo todo mundo olhar para cima. Ou passar e apontar para o seu pé, sem parar, seguindo adiante como se nada tivesse ocorrido. Coisinhas bobas, que até arrancam um sorriso daqueles bons em dias que

Blogueiros X Jornalistas

A anunciada briga entre jornalistas e blogueiros será acirrada, equilibrada e não há previsão de vencedor. O que posso dizer é que esta sendo excelente para ambas as partes, pois será um evento Darwinista, melhorando muito ambas as categorias. Motivo? Será disputada pelos elementos mais burros e tacanhos entre os envolvidos. Eu não vejo necessidade dessa guerra. Sei que há uma enorme má-vontade da imprensa para com os blogs, e os blogueiros adoram detonar jornalistas, mas sinceramente só consigo ver as atividades como complementares. O blog está para o jornal como a TV está para o jornal. Pode até aparentar mais agilidade, mas na pratica você vê a coisa acontecer na TV, mas espera o dia seguinte para ler o jornal e entender o que viu. Claro que hoje em dia não dá mais, ao menos para jornais online, segurar a notícia até o dia seguinte, mas mesmo assim o material do jornal necessariamente é mais elaborado que o do blog. “Incrível, passou um avião baixinho aqui em

Politica: RESISTÊNCIA POPULAR.

Diante das conjunturas políticas , que já são do conhecimento de todos, da nossa cidade Pres. Médici-MA,  na corrida eleitoral rumo a prefeitura em 2012! Vamos comentar os três Principais grupos políticos do nosso município.  Primeiro grupo : A atual Administração está no poder aquase 08 anos, e quer continuar com este projeto politíco hereditário. A família P. Holanda, está querendo garantir em 2012 mais 08 anos de Administração e no fim ficar mais 08 anos ou seja 24 anos seguido no poder, pela mesma família. Nesta Atual administração vemos que quase nada tem mudado na Saúde, na Educação cada dia pior, as poucas obras que tem 95% obras federais, também temos visto que só a família tem se destacado econômicamente,  não podemos contribuir com o continuísmos hereditário. Segundo grupo:   É uma expansão territorial Romano, é o grupo do atual Deputado Estadual Hemetério Weba que já comanda duas cidades, já teve no comando de outras cidades, já fez parte de administração anterior, aqu