Como afirmamos em matéria anterior, o desânimo tomou conta da campanha do presidente Jair Bolsonaro à reeleição. Se diante de câmeras e microfones os desacorçoados entoem discursos favoráveis a Bolsonaro, nos bastidores do poder a realidade é distinta.
Nas últimas horas, cresceu o número de políticos e integrantes do governo que passaram a acenar na direção do ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas sobre a corrida ao Palácio do Planalto. Os acenos ainda são tímidos e cautelosos, mas todos buscam deixar abertas frentes de diálogo com o petista, que pode vencer a disputa ainda no primeiro turno.
Esse cenário deve impulsionar o discurso golpista de Bolsonaro, que em entrevista disse que prefere aguardar os resultados das urnas para decidir se aceitará pacificamente a derrota. Como tem afirmado o UCHO.INFO desde a campanha presidencial de 2018, o risco de Bolsonaro dar um “cavalo de pau” na democracia é grande.
No contraponto, a possibilidade de um golpe perde força com políticos da base de apoio batendo em retirada e grandes empresários reconhecendo a chance de vitória do candidato petista. Isso porque os políticos não querem o fim das mamatas e os empresários buscam estabilidade econômica para seus rentáveis negócios. Para tanto não importa a ideologia de quem estará no poder a partir de janeiro de 2023.
Com a campanha pela reeleição “fazendo água”, Jair Bolsonaro tende a apostar todas as fichas no debate entre presidenciáveis que será realizado pela TV Globo na noite de quinta-feira (29). O chefe do Executivo terá a derradeira oportunidade para tentar convencer o eleitorado a levá-lo ao segundo turno. Resta saber se Bolsonaro falará apenas para os convertidos ou para fora da bolha.
Por outro lado, avança sobremaneira com o passar das horas a campanha pelo voto útil, cujo intuito é poupar o País de um segundo turno, que, caso ocorra, será um espetáculo degradante e marcado pelo discurso de ódio e por ataques sórdidos.
O mais recente sinal de que a derrota de Bolsonaro nas urnas é quase irreversível surgiu da decisão de 50 empresários, que integram o Grupo Esfera, de se reunirem com Lula. O encontro acontecerá na noite desta terça-feira (27), em São Paulo.
O petista não vetou nomes, sinalizando que está pronto para não apenas agradar o eleitor de centro, mas principalmente para pacificar o País, que desde 2018 vive à sombra do discurso de ódio e de constantes ameaças à democracia.
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