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FNW – Fake News Wars e o Bolsolulismo

 


FNW – Fake News Wars. No futuro, quem sabe este período histórico que sofremos seja assim conhecido e estudado?

Nos EUA, poucos anos atrás, a ajuda russa ao alaranjado Trump e sua equipe redundou na derrota da Hilary. O exemplo estava dado. Aqui, o turbilhão em que o país se encontrava em virtude do desmonte do maquinário Petista/Peemedebista e associados, pegos de certa forma com as calças arriadas em seu processo de vampirização do maquinário estatal para fins e$cuso$, criou a condição ideal para, seguindo uma maré que se levantava em outros países, a ascensão de forças de direita - ou qualquer um que gritasse alto. Moro excedeu-se? Muito provavelmente. Americanos lucraram no lombo mirrado de seus primos morenos, mas precisaram trabalhar (no pain no gain) nas sombras para isso? Claro! Para isso vivem, como a Pérfida Álbion (você deve conhecê-la como Inglaterra) os ensinou um dia. Mas, para fúria e lágrimas de muitos, nada disso muda o fato de que as treta$ eram realmente de enfartar o coração de qualquer pátria. Porta destrancada, até bêbado chuta e diz que arrombou...

Mas nossa direita era capitaneada por gente que chama o defunto astrólogo/ex-muçulmano-reprodutor Olavo de Carvalho de filósofo e de patriota um empresário que tem a Estátua da Liberdade como símbolo de seu negócio: à primeira vista, ainda que o edifício petista apodrecesse e ruísse, o braço mirrado dessa gente seria impotente para assumir o poder.

Aqui entraram as fake news. Capitaneado por seus filhos, numa sinistra inversão hierárquica, o capitão casamenteiro arrebanhou ofendidos de primeira hora e viu serem fabricados os que faltavam pelo maquinário das fake news. Um recurso que sempre existiu, a chamada contrainformação usada por Estados e direitistas e esquerdistas, foi elevado em ambientes virtuais ao status de arte sombria.

A questão é que as eleições foram vencidas; inocentes úteis, pessoas com razão em sua revolta e indecisos cooptados pela manada e até uma inesperada (?) malta de maus-caráteres uniram-se e instalaram no poder uma colcha de retalhos marotos composta de meia dúzia (oi? Tantos?) de elementos sérios (logo logo despachados) e um panteão galáctico de caricatos personagens, aloprados sob a (in)gerência de um sargentão em ceroulas, mamador de leite condensado, vício herdado das frias madrugadas na caserna (deixe logo esclarecer que sobrei por excesso de contingente).

As fake news não se resumem a detonar as biografias dos adversários, inflar a relevância de eventos, esvaziar a de outros, e atribuir a A o feito por B. Elas se manifestam, por exemplo, a nível de ideário na apropriação indébita da mensagem cristã (e idealizadamente da correção ética) feita por indivíduos defensores da tortura e do extermínio. Até hoje muita gente acha que o católico nominal (ou seja: não-praticante) Bolsonaro é um evangélico de facto. Um case de fake news de sucesso, hum? Cristãos sinceros, goste você ou não, foram cooptados pela mensagem viralizada, afogados no imenso ruído comunicativo deflagrado pela realidade da corrupção + fake news. Vencidos foram muitos incautos por esta prática vil, mas fundamental nos procederes dos agentes das FNW, e que podemos chamar de sequestro de capitais simbólicos: Nossa bandeira e suas cores, a defesa de valores basilares (comuns à maioria das pessoas, seja qual for sua inclinação política/religiosa), a pátria, o cristianismo: Tudo isso é deles e de mais ninguém.

A incapacidade do PT de realmente governar para todos, subestimando a imensa população evangélica, força proativa e ordeira a serviço da nação, vista então como reles minoria inoportuna ou manobrável, “cidadãos de segunda categoria”, finalmente cobrava seu preço. E um teatro do absurdo se instalou em Pindorama, polarizada a níveis jamais vistos. Pois o golpe de mestre dessas FNW foi esse: pessoas real ou pretensamente “de bem” se alistaram numa guerra que lhes foi vendida como ética, mas era tão-somente uma guerra ideológica e uma manobra da plutocracia da casa grande em busca de retomar o trono, com uma ajudinha do diabo ianque. E muitos não podem voltar atrás: a narrativa odienta de seus captores-cooptores os contaminou e às suas biografias. Não muito "bem" restou.

Falando na polarização, um fenômeno que já é tema de estudos e seguirá, se não apresentou-se com o vestido do ineditismo - pois os partidários aloucados (hoje mesmo há um aí perto de você!) de Hitler ou Stálin provam que ele sempre existiu - ao menos ficou nu como o rei da legenda: O Bolsolulismo, a conflagração desses dois extremos odiosos e odiosamente siameses. Para os poucos ainda afeitos ao somatório das ideias, livre de dogmatismos e cartilhas ideologicamente pré-concebidas, ficou explícita a periculosidade para o bem público de qualquer extremismo. Mas infelizmente somos tropa assimétrica e acuada, engolfados de roldão no turbilhão putrefato desta guerra que não pudemos impedir.

A alternância de poder é benéfica à democracia. A derrota de forças superiores por players aparentemente impotentes dá uma lição de fogo a gregos e troianos, obesos de fartar-se do poder. Mas a assimilação e reprodução cultural da mentira, sua industrialização midiática, o envenenamento da opinião pública, isso precisa ser combatido antes que solape o que nos restou de democracia.

2022 chegou com a pandemia, multifacetária, estendendo-se por aí, embaralhando as coisas, expondo-encobrindo os desmandos do atual governo. Tudo leva a crer que a aventura bolsonarista cairá por terra, mas não sem um duríssimo combate, que jamais cessou desde 2018 e atualmente está em pleno vigor – de lado a lado, é bom frisar – como a CPI da Covid e a CPI fail do voto impresso, ambas inócuas, deixaram claro.

Mesmo findo este primeiro ciclo das fake news wars, suas lições e as máculas que deitou no couro da nação arderão por bom tempo ainda – e será lento nosso processo de desintoxicação cultural, se é que nos desintoxicaremos algum dia.


Sammis Reachers

Fonte: Cidadania Evangélica

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