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Cuidado! Talvez você esteja cometendo este pecado.

Talvez você, querido leitor, esteja praticando e até mesmo amando um pecado, que, certamente, acabará por levá-lo para o inferno. À primeira vista, nem pecado ele parece. Visto de soslaio, diríamos estar ali, bem à soleira de nossa porta, o “pet’ mais querido. O pobrezinho, cheio de manhas, façanhas e barganhas, está sempre a buscar-nos as atenções, afagos e dengos. Mimado gato persa, resvala-nos pelos pés. E, como o cãozinho que adotamos no último ano, vai à procura de nossos artelhos. Noutras ocasiões, vemo-lo como o hamster que, condoídos, aprisionamos naquela gaiola dourada e ruidosa.
Descrito assim, o tal pecado até parece um animalzinho inofensivo. Nalguns corações, acalenta-se; nalgumas almas, ronrona; nalguns espíritos, languidamente dorme e, de quando em quando, espreguiça-se para, outra vez, adormecer; e, na mente de muitos, está sempre atento a semear suas malignidades.
Não se engane com este pecado. Longe de ser um petizinho inofensivo, vem devorando muita gente desde que o Céu é céu e desde que a Terra é terra.

Nesse ponto, meu inquisitivo e gentil leitor, é bem possível que esteja você supondo: “Se este pecado é tão ardiloso, então todos o praticam; é algo inerente ao ser humano”. Na verdade, nem todos o praticam. Mas, nele, a democracia faz-se plena. Cometem-no doutos e indoutos, ricos e pobres, reis e plebeus,
adultos e crianças, judeus e a gentilidade toda.
Todos o cometem? Muitos, não; preferindo a morte, recusam-se a praticá-lo.
Afinal de contas, que pecado é este? Não é homicídio, nem roubo. Não é adultério, nem fornicação, nem o costume de Sodoma. Todavia, poderá levá-lo, numa primeira instância, ao inferno; e, numa segunda e derradeira, ao lago de fogo. E, para desespero de quem o pratica e ama-o, esta instância última jamais poderá ser derrubada; não haverá brechas legais; a jurisprudência divina é infalível.
Sim, meu angustiado leitor, embora este pecado não pareça pecado, certamente levá-lo-á para o inferno e, depois, para o lago de fogo. Neste momento, vejo-me forçado a substituir algumas palavras e sintagmas, para que a minha advertência faça efeito.
O advérbio “certamente” já teve os seus dias de glórias na pena de Camões. Num momento de exaltação, canta o bardo, nos Lusíadas, usando com rara propriedade o valente advérbio: “Eu o vi certamente (e não presumo que a vista me enganava)”. Será que hoje, com a ideologização da gramática, usaria o vate português este surrado e maltrapilho advérbio? Nesse caso, terei de buscar um arrimo gramatical para chamar-lhe a atenção.
Perdoe-me, ilustradíssimo leitor, mas terei de garimpar um recurso estilístico no português bíblico, a fim de adverti-lo com mais eficiência quanto à prática desse pecado. Sim, já apavorado leitor, esse pecado levá-lo-á ao inferno. Se essa mesóclise não for suficiente, que recurso gramatical, ou retórico, usarei para arrancá-lo a essa prática que, gerada no Céu, perpetua-se na Terra?
Caso eu me limite a dizer-lhe que tal pecado “certamente” o levará para o inferno, você logo tranquilizará o coração, pois tal advérbio, ao contrário do que ocorria no século 16, já não tem mais a mesma força. Relativizado pela linguística, abriga, hodiernamente, uma semântica leniente e permissiva.
“Certamente” significa, hoje, um confortável “talvez”, ou um reconfortável “quem sabe”. Mas uma mesóclise, autenticamente bíblica, há de inquietar-nos e conduzir-nos ao arrependimento. Veja como esse mesmo verbo, já em sua posição mesoclítica, comporta-se nos lábios de Moisés: “A saber, o novilho todo, levá-lo-á fora do arraial, a um lugar limpo, onde se lança a cinza, e o queimará sobre a lenha; será queimado onde se lança a cinza” (Lv 4:12).
A essas alturas, talvez esteja você impaciente e com muitas interrogações: “Afinal, que pecado é este?”. Este pecado, penitente leitor, não é o homicídio, mas tem causado a morte de muita gente. Mesmo sem derramar sangue, mata. Também não é o roubo; contudo, tem furtado a honra de mulheres santas e homens piedosos. Se você pensa que é o adultério, engana-se; conquanto não seja uma iniquidade sexual, vive a destruir casamentos, lares, cônjuges e filhos. São os costumes de Sodoma e os comportamentos de Gomorra? Embora não tenha provindo das regiões do mar Morto, é algo abominável e repelente aos olhos do justo e santo Deus.
Esse pecado, longânimo leitor, não é do gênero masculino. Na língua portuguesa, encontra-se ele no feminino. Não se trata, porém, de uma iniquidade hermafrodita, mas acaba por desgraçar pessoas de ambos os sexos. Tal iniquidade é a caçulinha de Satanás. Entretanto, não pense você, que vamos chamá-la de “pecada”; aos olhos de Deus, jamais deixará de ser um pecado asqueroso e repelente.
Conquanto o arqui-inimigo de Deus não se reproduza sexualmente, pode ele, em termos morais e espirituais, criar uma renga de filhos. A fim de não perdermos tempo com um clã tão grande e nada recomendável, falaremos apenas dos primeiros três filhos do demônio. O primeiro deles é o orgulho, conforme nos ensina Paulo (1 Tm 3.6). Logo após, vem a inveja que, nascida no coração do mais perfeito ser angelical, contamina a estrutura carnal de quem a acolhe. E, por último, vem a caçulinha do Diabo. Foi o Senhor Jesus quem revelou publicamente a filiação dessa jovem fingida, hipócrita, de fala mansa e nada suspeita.
Ao repreender os líderes judaicos de seu tempo, que não o queriam receber como o Messias de Israel, o Senhor Jesus, além de enérgico, foi revelador; mostrou-lhes a genealogia da mentira: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).
Sim, assustado leitor, a mentira é a caçulinha de Satanás. Sendo este o pai de todos os pecados e embustes, primeiro, gerou o orgulho (Ez 28.15). Em seguida, julgando-se o próprio Deus, intentou colocar-se acima de Deus. Neste momento, concebia a inveja. E, para enganar as legiões, teorias e ordens celestes, mentiu-lhes, assegurando-lhes ser mais poderoso que o Todo-Poderoso e mais alto que o Altíssimo.
Desde então, vem ele engendrando toda sorte de mentira. De forma grosseira, mente. De maneira fina e requintada, mente. Sendo ele o pai da mentira, mente científica, filosófica e teologicamente. A fim de tornar suas mentiras mais eficazes, cria métodos, elabora planos e forja hermenêuticas. E, para amedrontar a todos, principalmente os fiéis, afirma que sem ele não podemos aprender ciências, compreender filosofias, discernir teologias e, o que é pior, interpretar a Bíblia. Em sua altivez, acusa-nos de suas próprias iniquidades e pecados, deleitando-se em impingir-nos a pecha de mentirosos.
Na boca de bêbados, Satanás, utilizando-se de espíritos sujos e incontroláveis, desboca-se em mentiras, calúnias e difamações. Ali, entre a taça do vinho mais caro e o copo da aguardente mais ordinária, vidas e lares são injuriados no primeiro sorvo. No trago final, a reputação do homem benquerido e da mulher benquista jaz na lama mais fétida. Na volatilidade do álcool, a mentira destila ruína e fermenta a destruição e, finalmente, a morte.
Já nos círculos científicos, a mentira, de tão fina que é, nem mentira parece. Elaborada com rigor e método, dispensa a milésima repetição. Basta ser enunciada com lógica para logo ser plenamente aceita. Quantos livros sobre o evolucionismo tiveram de ser escritos para essa teoria parva ser acolhida na mais alta academia? Vinte? Talvez nem cinco. Bastou a obra de Charles Darwin ser publicada, para que suas mentiras e embustes ganhassem foro de verdade científica, não passando ela de uma inverdade bem escrita.
Se nos metermos nos espaços filosóficos, constataremos que, ali, a verdade é posta sempre em dúvida. Afinal, o que é a verdade? Que prerrogativas ainda tem? Repetindo a pergunta de Pilatos, os filósofos pós-modernos não fazem questão de encontrá-la. O relativismo é-lhes mui confortável, pois, assim, julgam escapar de responsabilidades absolutas.
E quanto aos círculos teológicos? Sim, querido e perplexo leitor, o que dizer dos círculos da teologia? Boa parte destes círculos em nada se parece com as rodas de Ezequiel. Não avançam nem retroagem, porquanto já não reconhecem os impulsos do Espírito. São viciosos e viciantes. Para esses teólogos, tudo é relativo: a Palavra de Deus e o Deus da Palavra. Em sua hermenêutica, fundada em experiências alienígenas e, às vezes, alienadas, não creem na Jerusalém Celeste, nem no estado de bem-aventurança eterna ao lado do Pai Celeste. Tais mestres e doutores, que se agasalham entre os santos, só não conseguirão relativizar o lago de fogo, para onde serão jogados os que desprezam a Bíblia Sagrada e o Senhor Jesus Cristo.
O que é a mentira? Enquanto escrevo estas linhas, fui buscar, no dicionário, a etimologia da palavra “mentira”. De início, sou informado que a origem do tal vocábulo é controvertida. Mas, insistindo um pouco mais, voltei-me ao google, e ali, em meio a tantos sítios e páginas, informam-me que o termo provém do latim: mentire e mendacium. Desta última palavra, advém o vocábulo mens, que, no mesmo latim de Cícero, abriga dois significados: o primeiro é “mente” e o segundo, “intenção”. Todavia, o que tem a mentira com a intenção e a mente? Acredito que, sem mente e sem intenção, não pode haver mentira, porquanto esta, brotando numa fértil e bem ornada mente, produz enredos, narrativas, novelas e novelos. E, como a intenção do mentiroso é tudo destruir e tudo arruinar, cobre-se de piedade para acobertar suas impiedades, dolos e calúnias.
Já que sabemos o que é a mentira, vejo-me constrangido a perguntar-lhe, compungido leitor, tem você se dado à mentira? Você a prefere a verdade? Enfim, você a ama? No silêncio de seus aposentos, responda a essas perguntas? Se você é alguém que vive para mentir e mente para viver, saiba que o mentiroso não adentrará a Jerusalém Celeste. Antes, será lançado no lago de fogo. A advertência vem do próprio Senhor: “Mas, ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira” (Ap 22:15).
Observa-se, pois, que a mentira é colocada, em termos de nocividade e abominação, no mesmo nível da feitiçaria, da prostituição, do homicídio e do furto. Quem mente, querido leitor, dá-se às obras infrutuosas da carne, prostitui-se espiritualmente, furta e não deixa de matar. O mentiroso prostitui fatos, adultera documentos e testamentos, furta sólidas amizades, jogando amigos contra amigos (um verdadeiro diabo!) e mata reputações, vidas espirituais e ministeriais. Por todos esses danos que o mentiroso causa, outro não poderia ser o seu destino: o lago de fogo. Lá, estará em companhia dos que mentiram científica, filosófica, política e teologicamente. Ali, tendo como companheiro de profissão, o próprio Diabo, verá que a verdade, ainda que tarda, é irresistível, conforme declara o apóstolo Paulo: “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade” (2 Co 13:8).
Quanto aos que praticam a mentira e a amam, acatemos o que Paulo recomendou, há quase dois mil anos, aos santos de Éfeso: “Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros” (Ef 4:25).               
    Fonte: CPADNEWS

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