A desfaçatez de Jair Bolsonaro, o presidente da República, não tem limite e é proporcional à sua incapacidade para governar. Diante de um quadro de crescente deterioração política, Bolsonaro, em entrevista ao jornalista e apresentador José Luiz Datena, da Band, culpou a própria saúde pelos problemas que vem enfrentando com o Congresso.
Após passar 28 anos na Câmara dos Deputados, Jair Bolsonaro não conseguiu aprender a arte da política, que prima pelo diálogo e principalmente pela busca do consenso. Pelo menos é isso que deve perseguir um governante com doses mínimas de competência. Avesso ao contraditório e sempre pronto para impor suas vontades, mesmo que à força ou na esteira de armadilhas, o presidente prefere o enfrentamento à negociação.
Transferir à própria saúde a responsabilidade pela pífia articulação política do governo revela o
grau da delinquência intelectual de Bolsonaro, que para manter-se no Olimpo criado por seus devotos é capaz de qualquer coisa, inclusive desse absurdo.
O motivo do torvelinho que se formou no Congresso é que o presidente da República, que não acredita na reforma da Previdência, prefere ver a proposta naufragar a ter de atender aos legítimos pedidos dos parlamentares. Para não ceder à pressão, Bolsonaro adotou o discurso de que não se curvará à “velha política”, algo que não está sendo cogitado pelos parlamentares, que cobram do governo ações legitimas e que fazem parte do presidencialismo de coalizão.
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