Milhares de pessoas participaram na tarde-noite desta quarta-feira de uma gigantesca manifestação em São Luis, que chegou ao final com atos de violência protagonizados por grupos minoritários.
Eles apedrejaram, picharam e quebraram vidraças no prédio da Prefeitura. Um carro do Sistema Mirante também foi danificado. As grades colocadas pelo Governo do Estado em frente ao Palácio dos Leões foram arrancadas pela multidão.
Eles apedrejaram, picharam e quebraram vidraças no prédio da Prefeitura. Um carro do Sistema Mirante também foi danificado. As grades colocadas pelo Governo do Estado em frente ao Palácio dos Leões foram arrancadas pela multidão.
A maioria dos manifestantes fez protestos pacíficos com cartazes criativos e palavras de ordem ao longo de toda a passeata, iniciada na praça Deodoro, no final da tarde, seguindo pela rua Rio Branco, praça Maria Aragão, avenida Beira-Mar e posteriormente subindo a Montanha Russa até a avenida Pedro II.
Os manifestantes concentraram em frente aos palácios dos Leões e La Ravardière, respectivamente, sede do Governo do Estado e da Prefeitura de São Luís, protegidos pela Cavalaria e o Batalhão de Choque da Polícia Militar.
A PM não reagiu com bombas de efeito moral nem balas de borracha.
Convocada pela Internet, a manifestação focou as reivindicações na melhoria do sistema de transporte coletivo, pedindo também a redução das tarifas. Críticas aos gastos com os estádios de futebol, repúdio à PEC 37 e ao pastor-deputado Marcos Feliciano também marcaram o protesto.
FORA SARNEY
Durante toda a manifestação as palavras de ordem e centenas de cartazes também criticavam a oligarquia Sarney, lembrando o teor das passeatas "Fora Rosengana". A passeata de hoje retomou a insatisfação da população ludovicense com grupo dominante no Maranhão há 50 anos.
"Sarney, ladrão, devolve o Maranhão" foi a palavra de ordem mais repercutida.
A juventude liderou a passeata, que evoluía com seguidas palavras de ordem criticando a oligarquia. Na UFMA, desde o início da tarde os estudantes fizeram oficina de confecção de cartazes, envolvendo também os alunos do Colégio Universitário.
Homens e mulheres de todos os bairros da capital surgiam a cada momento, carregando cartazes, faixas, adesivos, megafones e apitos, fazendo um belo espetáculo democrático.
REPÚDIO AOS PARTIDOS
Durante a concentração na praça Deodoro, uma parte dos manifestantes impediu a utilização de bandeiras do PSTU e do PSOL, configurando uma contradição no contexto do protesto. Proibir os partidos de expressarem seus ideais não combina com a mobilização que reivindica direitos.
Censurar os partidos radicais é uma violência à liberdade de expressão e à livre manifestação do pensamento.
No geral, o primeiro protesto em São Luís seguiu o padrão das outras cidades brasileiras: a maioria protesta pacificamente, levando às ruas a alegria dos tambores, as cores pintadas na cara, a ironia fina dos bordões, a criatividade dos cartazes e milhares de desejos de mudança.
Não se sabe onde tudo isso vai chegar. A única certeza é a incerteza do Brasil em transe.
A próxima manifestação é sábado.
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