Sinto-me como tantos brasileiros que estão sendo apagados da história, apenas porque se opõe ao chamado desenvolvimentismo ou mais propriamente ao interesse econômico.
No início da década de 1970, haviam as famosas 7 Quedas, que deixaram de existir em favor da construção da usina bi-nacional de Itaipu.
Um pouco antes, na cidade onde nasci, foi sepultado a terra e as histórias de minha infância para em favor da usina de Salto Santiago.
As usinas e o desenvolvimentismo foram se acentuando.
Ninguém imaginava algumas décadas atrás de se implantar usinas hidrelétricas na região amazônica ou no centro-oeste. Igualmente, ninguém imaginava a substituição do plantio de feijão, de arroz, trigo, milho, pelas monoculturas do soja e da cana.
Sei que as paisagens foram sendo substituídas e cada vez mais rios e pessoas estão perdendo espaço e sendo contaminados.
Riqueza que não gera o desenvolvimento social é a mais vil manifestação da exploração humana e dos recursos naturais.
Os estados onde o agronegócio domina são também aqueles onde existe os maiores crimes ambientais.
O suposto desenvolvimentismo deve prezar pelo aumento da produção sem a necessidade de novas áreas, com a reposição das áreas indevidamente devastadas e a recuperação dos bens ambientais poluídos, além é claro, de dar uma função de responsabilidade social com a melhor divisão dos lucros advindos da exploração do patrimônio ambiental, já que constitucionalmente é de – todos – e, portanto, ainda que sobre uma propriedade particular, todos os brasileiros teriam direito a parte desse lucro obtido.
Veta Dilma, porque os que redigiram esse Código estão a serviço de interesses estranhos ao da maioria da sociedade, querem legitimar o ilegítimo cobrindo-o com as vestes da legalidade.
Veta Dilma que as futuras gerações vão te admirar muito mais, pois estará protegendo um direito que estão pretendendo subtrair.
Veta Dilma, que a natureza como mãe – que tu também és – vai poder continuar a cumprir sua missão de prover de vida este Brasil tão nosso e que alguns querem fazer-se senhores.
Economicamente os bens ambientais são tão ou mais compensadores que os vis interesses que movem os dispositivos deste Código.
Fonte: contextolivre.blogspot.com
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