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Quilombolas detonam Roseana Sarney

Veja nota de repúdio a governadora Roseana Sarney emitida pelo Movimento Quilombola da Baixada Ocidental:
O Movimento Quilombola da Baixada Ocidental Maranhense (MOQUIBOM) vem a público manifestar seu repúdio, diante de várias notíciaspublicadas em veículos controlados pela senhora Roseana Sarney Murad, sobre arecente vinda, ao Maranhão, das Ministras de Estado Maria do Rosário (DireitosHumanos), Luiza Bairros (Igualdade Racial), Márcia Quadrado (DesenvolvimentoAgrário, em exercício), do presidente nacional do Incra, Celso Lisboa deLacerda e do presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araújo.
Após décadas de grilagem, pistolagem, assassinatos, torturase todo tipo de violência contra os camponeses do Maranhão, causa indignação vera senhora Roseana Sarney noticiar, orgulhosa, que teria dado “uma bronca” nestegrupo de autoridades federais, que vieram para cá ouvir nossas legitimas ehistóricas reivindicações. A suposta grosseria virou notícia e, segundo essasmesmas notícias, o problema teria sido a quebra do protocolo. Às favas com o protocolo! Nós não estamos nemum pouco preocupados com isso. No Maranhão, diante de tanto sangue derramado denossos irmãos e irmãs, da impunidade que favorece assassinos de camponeses, dacorrupção evidente, da completa degeneração do poder público e do avançoavassalador da grilagem, nós não temos nenhum compromisso com protocolospalacianos.
Por razões bemdiferentes, o povo maranhense também grita!
A senhora Roseana, se gritou, foi porque certamente queriaum espetáculo de mentiras, com fotos e imagens de TV e ela no papel debenfeitora, com todos os outros atores políticos (inclusive as vítimas dolatifúndio) atuando como meros coadjuvantes. Jamais compactuaremos com isso!Nós queremos coisas bem diferentes. Nós exigimos respostas concretas do Estadobrasileiro! Foi revoltante ler umamentira publicada no jornal O Estado do Maranhão, de propriedade da senhoraRoseana, no dia 21 de junho, véspera da chegada das autoridades federais. Láestava dito, na primeira página: “Ministras vêm ao Maranhão para conhecerprogramas fundiários do governo”.
Quanta falta de respeito com a nossa luta! Conhecerprogramas do governo? Mentira! O presidente do Instituto de Terras do Maranhão,sr. Carlos Alberto Galvão, declarou que o órgão dirigido por ele não temcapacidade para atender 20% da demanda atual – arrecadação de terras públicaspara assentar camponeses, titulação de terras quilombolas – por falta defuncionários e recursos financeiros. A verdade é que as ministras vieram aoMaranhão atendendo a uma exigência nossa que, diante de inúmeras situações deopressão, acampamos em frente ao Palácio dos Leões e do Tribunal de Justiça,depois fomos para dentro do INCRA, com 21 pessoas ameaçadas de morte chegandoao extremo de fazer greve de fome. Foi essa legítima pressão social que trouxetodas essas autoridades federais ao Maranhão.
O que importa o protocolo ou a birra de quem quer que seja,diante da imensa gravidade da nossa situação, dos despejos, de lavradoresassassinados, de ameaças de morte, associações queimadas, sede de organizaçõesinvadidas?
Esperamos, agora, que o governo federal não se intimide coma difícil realidade política do Maranhão, cumpra seu papel e honre oscompromissos e a palavra empenhada diante de centenas de pessoas. E esperamos que o governo estadual tambémapresente à sociedade maranhense um Plano de Trabalho que, efetivamente tenha acapacidade de retirar 1,5 milhão de maranhenses da situação de extrema pobreza- consequência da alta concentração de terras em tão poucas mãos que expulsam ematam; e, da “apropriação por parte de pequenos grupos, mediante influênciaspolíticas e corrupção ativa, daquilo que pertence a todos. Esses pequenosgrupos fazem do bem público um patrimônio pessoal” (Carta dos Bispos doMaranhão).
Queremos deixar bem claro que o nosso movimento quilombolatem a total e absoluta autonomia em relação a partidos e governos. Por isso, temos a liberdade para seguirreivindicando, cobrando, exigindo e, se preciso for, radicalizando, por aquiloque acreditamos ser o justo.
Nossa luta continuará!
São Luís – MA, 27 de junho de 2011
Pelo Movimento Quilombola da Baixada
Givanildo Nazaré Santos Reges
João da Cruz
Almirandir Madeira Costa
Catarino dos Santos Costa
Maria Teresa Bitencourt

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