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Esvaziamento do Centrão deixa Bolsonaro em situação de dificuldade e pode interromper fase “paz e amor”


Jair Bolsonaro passou 28 anos no Congresso Nacional e não conseguiu aprender como fazer política de maneira minimamente eficiente. Nesse período, o atual presidente da República deu tratos ao seu conhecido autoritarismo venerando ditadores e homenageando torturadores, como se a democracia pudesse ser afrontada de maneira vil.

Ao perceber a crescente possibilidade de se transformar em alvo de um processo de impeachment, até porque motivos para tal não faltam, Bolsonaro aderiu àquilo que falsamente condena: a velha política, sempre marcada pelo escambo espúrio.

Distanciando-se de maneira lenta do radicalismo bolsonarista que ocupou algumas vagas no Parlamento, Bolsonaro passou a flertar com o Centrão, grupo de partidos políticos que abrigam réus

em escândalos de corrupção e profissionais da política nacional.

Apostando todas as fichas no “casamento” com o Centrão, o presidente passou a enxergar um horizonte menos carrancudo, o que exigiu concessão de cargos e benesses às velhas raposas da política verde-loura.

Se Bolsonaro acreditou que ao aliar-se ao Centrão sua vida estaria parcialmente resolvida, o engano foi muito maior do que a ousadia. Isso porque seis legendas do bloco partidário partiram em debandada, fragilizando a base de apoio ao governo. Afinal, o cenário futuro apontava na direção de um relacionamento canhestro e totalitário com o Palácio do Planalto, sempre regado ao enfadonho “toma lá, me dá cá”.

Os dois primeiros partidos a desembarcar foram MDB e Democratas, movimento que desidratou o Centrão e acendeu a luz amarela na sede do governo. Horas depois, PTB e PROS também abandonaram o “Centrão”, levando a tiracolo o plano de formar um bloco partidário alternativo que sirva de contraponto ao grupo comandado pelo deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), que trabalha nos bastidores de olho na disputa da presidência da Câmara, em fevereiro de 2021.

Essa operação que busca criar um bloco alternativo pode catalisar o PSL e o PSC, legendas que até então apoiavam Bolsonaro, mas que de algumas semanas para cá passou a ensaiar uma intifada. Isso porque, como sempre afirma o UCHO.INFO, em ano de eleição nenhum político quer associar a própria imagem a um governo pífio, populista e que empacou nos índices de aprovação. Sem contar o fiasco em que se transformou o combate à pandemia do novo coronavírus.

Quando ainda desafiava, quase que diariamente, o Judiciário e o Legislativo, Bolsonaro, em dado momento, elegeu o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como inimigo público número um. Como na política a vingança é um prato servido frio, o presidente da República começa a ver seus planos irem pelos ares. Afinal, para Bolsonaro fazer o próximo presidente da Câmara não será fácil.

Ademais, nos bastidores mais longínquos desse enxadrismo político está não eleição do próximo presidente da Câmara dos Deputados, mas a corrida presidencial de 2022. Com a economia em frangalhos e uma reconhecida dificuldade para aprovar no Congresso Nacional projetos importantes, Bolsonaro chegará à próxima eleição com seu cacife político, apesar de algumas pesquisas de opinião apontarem que se o pleito fosse hoje o presidente seria reeleito.

Sempre pronto para a guerra ideológica e obcecado pela divisão do País, Jair Bolsonaro só sabe fazer política com o fígado, enquanto seus adversários usam o cérebro. Isso não significa que alguns são gênios e outros não, mas para entrar em um jogo bruto é preciso ser estrategista.

Com a saída do MDB e do DEM, o Centrão ficou com 158 parlamentares. Se as outras agremiações também deixarem o bloco, ao Centrão restará um contingente de 136 deputados. Apenas a título de curiosidade, a aprovação de matérias de interesse do governo, por maioria simples, na Câmara dos Deputados depende de 256 votos a favor. Com quórum qualificado (3/5) são necessários 308 votos. Em suma, o “Jairzinho Paz e Amor” pode estar com os dias contados.


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