Vender espaço de publicidade em blogs não se constitui em ilegalidade. Ilegal é extorquir e constituir patrimônio à custa de esquemas de corrupção.
Gilberto Lima
A bem da verdade, eu não poderia deixar de emitir minha opinião sobre o bombardeio dos que ainda choram a derrota da oligarquia contra profissionais da imprensa que exercem suas atividades com honestidade. De repente, jornalistas e blogueiros que não rezam na cartilha do sarneisismo viraram alvos prediletos daqueles que estão acostumados a praticar o ‘jornalismo de achaque’. Esses inconformados, em um passado recente, refestelavam-se com as bonanças dos cofres públicos do Maranhão. ‘Farra’ que não prospera em dias atuais, com o novo governo.
Tudo motivado por um texto do jornalista Cunha Santos revelando atrasos no pagamento de publicidade da Prefeitura de São Luís em blogs. Na verdade, um desabafo de quem tem competência para fazê-lo. Como aliado de uma causa maior, decidiu deletar o texto do blog, sem sofrer pressão de quem quer que seja. Foi o suficiente para atiçar a fúria da ‘esgotosfera’ - como diz Márcio Jerry - que passou a questionar a publicidade da prefeitura em blogs.
Em minha opinião, não vejo nenhum mal, nenhum crime, nenhuma irregularidade em profissionais que criam espaços de comunicação para a boa prática do jornalismo, e que passam a vender espaços para publicidade. Nada impede que prefeituras e governos estaduais tenham suas marcas e ações divulgadas nesses espaços, desde que dentro da legalidade.
Ao vender espaços, o jornalista não está vendendo sua alma, sua crença, sua ideologia. Vende sua força de trabalho, preservando todos os seus valores éticos e morais. Somente canalhas e pilantras vendem tudo, até a alma, em troca de 30 dinheiros, como muitos que hoje assacam contra quem trabalha com dignidade e seriedade.
A atividade remuneratória é lícita quando o prestador de serviços emite os documentos fiscais devidos e paga os impostos previstos em Lei e declara tudo ao imposto de renda. Tudo dentro da legalidade. O que é ilegal? Certamente a prática da corrupção, da extorsão, do achaque e da chantagem para tentar levar vantagem de forma ilícita. Prática do ‘jornalismo de esgoto’, da escória da imprensa.
São muitas as estórias de ‘profissionais’ da comunicação que têm dividendos e patrimônio invejáveis à custa da prática do antijornalismo, do achaque e da extorsão. Muitos deles apontam seus dedos sujos para quem tem conduta ilibada, correta, no exercício da prática do bom jornalismo.
Talvez alguns estejam com saudades das ‘folhas santas’ do passado, como as que teriam existido no Detran e na Secretaria de Saúde, onde alguns profissionais da imprensa alinhados à oligarquia seriam agraciados com até R$ 10 mil reais por mês, conforme teriam revelado alguns levantamentos. Será que esses ‘rendimentos’ foram declarados ao imposto de renda dos beneficiários?
Talvez estejam revoltados porque o governo resolveu adotar medidas moralizadoras, concentrando todas as ações de mídia e relações com a imprensa na Secretaria de Comunicação, comandada pelo jornalista Robson Paz. Nenhum secretário ou dirigente de órgão pode remunerar ‘por fora’, com dinheiro público, achacadores de plantão. É preciso que entendam que a corrupção é coisa do passado. Revoltados com essa mudança de postura, atacam o governador Flávio Dino e o secretário de Assuntos Políticos, Márcio Jerry.
Um governo democrático não precisa comprar consciências, adeptos e seguidores na imprensa. Um governo democrático se legitima pelas suas ações em prol da maioria da população e combatendo permanentemente a corrupção. Quem tem convicção política e história de luta contra os desmandos da oligarquia, não tem necessidade de se vender.
Em tempo: quantos profissionais da imprensa, ligados à oligarquia Sarney, estariam faturando da Prefeitura de São Luís (alguns até com contracheque), cujo prefeito é aliado do governador? Será que receberiam para aliviar nos ataques contra o prefeito Edivaldo Holanda, mas estão livres para atacar de forma virulenta a administração do governador Flávio Dino?
Fonte: Blog do Gilberto Lima
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