Em seu terceiro mandato, o atual Presidente da República em discurso atacou a gestão anterior, criticou a taxa de juros e prometeu apresentar novos programas sociais para os próximos meses, entre estes, uma nova proposta de reforma tributária. Reeditou-se o velho slogan: “o Brasil voltou”. Ainda que sem citar diretamente o seu antecessor, o atual Presidente da República afirmou que o governo passado gastou recursos da União de maneira sem precedentes na campanha eleitoral do ano passado, na vã perspectiva de perpetuar o fascismo no País.
O Presidente ainda destacou que o papel da Presidência na reação à tentativa de golpe operada em 8 de janeiro do corrente ano e, apontou que não se tratou de um gesto qualquer, pois foi uma tentativa de golpe feita com a maior desfaçatez, engendrada por reacionários fascistas e, de extrema direita que não queria deixar o poder, referindo-se ao Bolsonaro e seus asseclas.
Lula retomou a queixa quanto à taxa de juros praticada pelo Banco Central, sem fazer referência direta ao Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Na mesma cerimônia, o atual Presidente elogiou o trabalho do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) e ainda afirmou que o arcabouço fiscal traz soluções realistas e seguras para o equilíbrio das contas públicas.
Apesar do lema “O Brasil voltou”, o governo Lula ainda não conseguiu aprovar nenhum projeto importante no Congresso Nacional, onde convive com uma base inconsistente apesar do espaço dado a legendas tradicionais do Centrão, como União Brasil, PSD e MDB.
Com a governabilidade ainda frágil, Lula não conseguiu entregar as principais promessas de campanha na área da economia, como isentar do Imposto de Renda os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil por mês.
Agora, o Executivo fala em fazer a mudança de forma gradual, estabelecendo a isenção para quem recebe até R$ 2.640 a partir de maio. Então, são cem dias ou sem dias? Estamos todos na torcida para tudo ter um final feliz…
(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.
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