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Armistício entre Maia e Bolsonaro gera desconfiança e deve durar pouco por conta do perfil do presidente

Avesso a qualquer princípio democrático, o presidente Jair Bolsonaro é o exemplo mais refinado do político totalitarista que definha à sombra da própria ideologia. Tomado por impressionante obsessão por liquidar a esquerda nacional e vítima de devastadora incompetência para governar, Bolsonaro depende de polêmicas sequenciais para manter-se em voga. Do contrário, cairá em ostracismo irreversível, o que pode antecipar o fim do seu mandato.
Enfrentando os efeitos colaterais de um desnecessário embate com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaro, que não aceita o afunilamento político em que se encontra, protagoniza recuos quase sistêmicos, os quais geram desconfiança no mercado financeiro e também em parcela cresce dos seus eleitores.
Por mais que o reles trabalhador não tenha relação direta com o mercado financeiro, ao fim e ao cabo quem paga a conta dessa ópera bufa encenada pelo descontrolado capitão é o quinhão mais
pobre da sociedade, que de novo convive com o fim do salário e a continuidade do mês.
O Congresso enviou ao Palácio do Planalto inúmeros recados sobre a necessidade de se manter o diálogo em bom nível, mas o presidente da República, avesso a qualquer tipo de tratativa democrática, preferiu adotar o confronto, estratégia que garante sua permanência no falso Olimpo criado por seus adoradores, que, é bom lembrar, começam a encolher em termos de número. E o discurso de que os parlamentares querem retomar a “velha política” é conversa de quinta de incompetente covarde.
Jair Bolsonaro cultua dogmas totalitaristas e continua acreditando que é possível impor à força suas ideias, obrigando o Parlamento a se colocar de joelhos diante do Planalto. Para quem passou 28 anos na Câmara dos Deputados, sem ao menos sair do chamado “baixo clero”, essa estratégia demonstra de maneira clara e inequívoca que o País está em mãos erradas.
Após a Câmara dos Deputados aprovar em dois turnos a PEC que tira do governo federal poder sobre o Orçamento, o que é péssimo para o País, os generais palacianos partiram para cima de Bolsonaro – talvez em investida derradeira – na tentativa de convencê-lo de que era preciso mudar de rumo.
Goste ou não Bolsonaro, ele próprio fez de Rodrigo Maia um político muito mais poderoso do que realmente é. E acoitar a classe política como vem ocorrendo nas últimas semanas é o que se pode chamar de operação suicida. Confiança no meio político é mercadoria em que não se deve depositar total confiança, porque tudo muda em questão de segundos. Inclusive seus atores.
Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia, em mais um momento de juras de amor, afirmaram que as recentes intrigas de parte a parte são página virada. Se isso é para valer não se sabe, até porque Bolsonaro não tem controle sobre os filhos, a quem recorre para atacar os aliados. E faz o mesmo em relação a Olavo de Carvalho quando precisa disparar na direção dos generais palacianos, a começar pelo vice Hamilton Mourão.
O Brasil precisa urgentemente aprovar a reforma da Previdência, desde que a conta não caia no colo apenas da camada mais pobre, como tudo indica que acontecerá. Na opinião do UCHO.INFO, o projeto de reforma da Previdência que encontra-se no Congresso à espera de definição pode ser comparado a um paciente que agoniza na unidade de tratamento intensivo do hospital. Ou seja, a chance de sobreviver é mínima e depende de um milagre.
O mesmo pode-se afirmar em relação a Bolsonaro, que por causa da própria ignorância política transformou-se em pouco tempo em um governante natimorto. Caso queira chegar ao final do mandato, terá de aceitar passivamente o papel de versão tropical e terceiro-mundista de rainha da Inglaterra. Muito em se tratando de quem é.

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