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quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Planilha aponta mais um repasse via caixa 2 a Onyx Lorenzoni, o “homem forte” do governo Bolsonaro

Quando ainda estava em campanha, Jair Bolsonaro valeu-se do discurso anticorrupção para convencer o eleitorado de que representava a salvação do País contra os saltimbancos com mandato. Quem desconhece o modus operandi da política nacional caiu na esparrela do capitão reformado do Exército, acreditando que o Brasil estaria a salvo caso ele vencesse a corrida presidencial.
Como o que se fala na campanha não se escreve depois da vitória consumada, Jair Bolsonaro não fugiu à regra. E o eleito já dá claras demonstrações de que seu discurso intransigente contra os corruptos pode ser flexibilizado, a depender de quem seja o destinatário de suas palavras. Em
suma, aos amigos tudo, aos inimigos a lei e a verborragia truculenta e mentirosa.
No afã de “vender” aos incautos de que seu conhecido despreparo poderia ser facilmente compensado por uma equipe ministerial formada por notáveis, Bolsonaro começou tropeçando ao indicar Onyx Lorenzoni como chefe da Casa Civil do futuro governo.
Após admitir ter recebido, por meio de caixa 2, R$ 100 mil da JBS, dinheiro que teria sido usado para quitar dívidas de campanha, Lorenzoni agora é investigado por outro repasse ilegal no mesmo valor, confirmando informação publicada anteriormente pelo UCHO.INFO.
Em 3 de maio de 2017, Ricardo Saud, ex-diretor de Relações Institucionais do grupo J&F, entregou à Procuradoria-Geral da República anexo de sua colaboração premiada informando que a JBS doou, em 2014, R$ 200 mil a Onyx por meio de caixa 2. A planilha “Doações-2012”, com os registros de caixa 2, foi entregue para respaldar as acusações feitas no âmbito dos acordos de colaboração premiada.
Joesley Batista afirmou em depoimento que as contribuições não declaradas foram feitas a pedido dos políticos, com o objetivo de evitar retaliações e, no futuro, contar com a boa vontade dos parlamentares. Ou seja, o empresário resolveu comprar a facilidade antes mesmo que a dificuldade fosse criada.
Fosse Bolsonaro o “exterminador de corruptos”, como ele se apresentou ao eleitorado, Onyx Lorenzoni sequer tinha sido reeleito deputado federal. Ao contrário, o democrata gaúcho não apenas conquistou novo mandato como deputado federal, mas ocupará o segundo cargo mais importante do governo.
Causa espécie o silêncio obsequioso de Jairo Bolsonaro diante do escândalo envolvendo Onyx, que deveria ter sido afastado do governo de transição, até que o assunto seja esclarecido definitivamente. Começar um governo com esse imbróglio na bagagem não é aconselhável para quem venceu a eleição a reboque do discurso da moralização.
Não custa lembrar que em 2003, primeiro ano da era Lula, o petista José Dirceu afirmou que o Brasil estava livre da corrupção. Mais de uma década depois, parte do PT está atrás das grades ou debatendo-se na lama da corrupção.

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