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Cunha ainda não tombou de vez, mas quando isso acontecer levará muitos comparsas de carona

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Quem conhece Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mesmo considerando a sua essência intimista e reclusa, típica de todo estrategista, sabe que a decisão tomada pelo ministro Teori Zavascki, de determinar a suspensão do seu mandato parlamentar e o consequente afastamento da presidência da Câmara dos Deputados, não é o ponto final de um enredo criminoso e rocambolesco. Astuto e conhecedor das leis, Cunha não descansará enquanto não distribuir as pílulas de vingança que tem no estoque.

Político de decisões polêmicas e monocráticas, Eduardo Cunha sabe muito mais do que a maioria da classe política gostaria que ele soubesse. A sua queda ainda não se consumou, como equivocadamente creem alguns, mas quando isso acontecer será um estrago descomunal. Cunha é daqueles que cai atirando com precisão invejável, sem contar o arsenal de munições que mantém com carinho maquiavélico.
Quando os bandidos se desentendem, ganha a polícia. Essa é a tese que reina na seara do banditismo. A briga de foices no escuro está apenas começando e muitas cabeças hão de rolar de agora em diante. Tudo com a frieza e paciência espartana que emoldura a personalidade de Eduardo Cunha.
Cunha não é inocente, claro, mas isso cabe à Justiça provar. Até agora o que se tem são indícios, provas e indiciamentos, mas ainda assim prevalece o princípio da presunção da inocência, esteio do Direito e definido artigo 5º, inciso LVII da Constituição de 1988, que enuncia: “ninguém será considerado culpado até trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.
Um dos principais tumores da política nacional, Eduardo Cunha ganhou muito dinheiro de forma ilícita – pelo menos é o que mostram as investigações da Operação Lava-Jato –, mas além de viver como um nababo discreto ele pensou no longo prazo e traçou um plano de poder. O ápice do seu desejo era ocupar o Palácio do Planalto. Não fosse a Lava-Jato, o sonho ainda estaria em marcha.
Quando Cunha foi escolhido por seus pares para liderar o PMDB na Câmara dos Deputados, oUCHO.INFO afirmou que Dilma Rousseff experimentaria em termos políticos o pior de todos os incômodos. Em relação a Lula, este noticioso afirmou que Cunha seria o mais implacável adversário de Lula, o verdadeiro dono do atual governo.
Da liderança do PMDB à presidência da Câmara dos Deputados foi uma questão de tempo, articulações e dinheiro sujo. Cunha não chegou ao comando da Casa legislativa apenas porque conhece a fundo o Regimento Interno ou porque se relaciona de maneira dócil com seus iguais. Isso ocorreu porque o peemedebista fluminense usou parte do dinheiro da propina para financiar dezenas de campanhas eleitorais Brasil afora. Foi o suficiente para acionar um efeito cascata em prol de sua candidatura à presidência da Câmara.
Do Rio de Janeiro em direção ao Norte, Cunha despejou muito dinheiro em várias campanhas. Tanto é assim, que em algumas ocasiões usou esse fato para barrar o discurso supostamente moralista de parlamentares eleitos com sua ajuda e que ensaiavam mudar de lado. E o fez com a desfaçatez que lhe é peculiar.
No Brasil, para a infelicidade geral da nação, política só se faz com muito dinheiro. E na maioria das vezes com dinheiro de procedência nada republicana ou duvidosa. Nesse jogo de cena em que muitos insistem como forma de exibir uma moralidade que inexiste, a realidade é bruta, os golpes são rasteiros e as consequências, imprevisíveis.
Não resta dúvida que Eduardo Cunha, que por enquanto está apenas “baleado”, terá de enfrentar o próprio velório político, mas é importante lembrar que nesse epílogo macabro muitos serão arrastados de roldão. Ou seja, a novela será longa e com capítulos que relembram bangue-bangue. Longe de ser um inocente mal compreendido e alegadamente perseguido, Cunha é um arquivo ambulante explosivo. E salve-se quem puder!

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